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O município acumula dividas deixadas pela administração passada que podem chegar a 7 milhões

O jovem prefeito Diogo Rosa Nunes, tem pela frente a missão de regularizar a situação, negociar dividas com fornecedores, reestruturar a folha de pagamento, secretarias e o maquinário. O novo gestor deu detalhes dos problemas enfrentados e falou sobre seus projetos de reestruturação.

Explicando o caso, o município que fica a 54 quilômetros de Catalão teve disputa entre dois candidatos em outubro deste ano porque o chefe do Executivo foi cassado pela Justiça. A 8ª Zona Eleitoral decidiu em setembro pela cassação da chapa eleita em 2016, o prefeito Robson Luiz da Silva Gomes (PR) e o vice-prefeito Rony Félix Rodovalho (PSDB), em processo por abuso de poder econômico. Na eleição suplementar, Diogo Rosa recebeu 1.450 votos e atingiu 54,70% da votação válida no município. O segundo colocado, Wilker Ferreira (PR), foi escolhido por 1.227 eleitores de Davinópolis, com 45,83% dos votos válidos. O mandato de Diogo vai até o dia 31 de dezembro de 2020, que seria o tempo restante da gestão do prefeito cassado.

Em levantamentos feitos pela equipe do novo prefeito até agora, as dívidas do executivo municipal beiram os R$ 7 milhões. Segundo Diogo, a gestão passada deixou um total de R$ 1,8 milhão em notas fiscais e ainda há outras mais sendo apuradas. Também há uma dívida com o IPASD, no valor de R$ 2,28 milhões, outra com o INSS, em torno de R$ 830 mil, e ainda com as empresas SANEAGO e Enel Energia, no valor de R$ 600 mil. Além dos fornecedores, também há cerca de 100 funcionários, entre efetivos e comissionados, que não tiveram suas folhas de pagamento totalmente acertadas.

Em entrevista, o prefeito declarou que “alguns procedimentos foram adotados de maneira até maliciosa” e que “não há dúvida de que houve intenção de prejudicar sua gestão”, citando o atraso no pagamento do efetivo municipal e de fornecedores. Outro exemplo informado foi a doação de uma Van, que após ter sido entregue à Secretaria de Saúde foi recolhida. O veículo foi usado em ações eleitorais do candidato adversário e levado de volta à Goiânia após o resultado das eleições. Diogo informou que o motivo do cancelamento da doação da Van foi a falta de pagamento de uma contrapartida prevista no contrato, que era de R$ 40mil. “Só fiquei sabendo dos detalhes depois de tomar posse, mas nosso primeiro ato oficial da gestão foi quitar o valor de R$ 40 mil da contrapartida da Prefeitura e logo vamos trazer o veículo de volta”, destaca Diogo Rosa.

Nas demais secretarias, o prefeito contou que houve cortes, mas o efetivo da área de educação foi mantido para não causar nenhum problema no fechamento do ano letivo. Os órgãos e pastas que dependem de maquinários, como obras, transportes e agricultura, estão com o funcionamento comprometido. “O trabalho tem sido difícil devido à situação da Prefeitura. Não podemos comprar máquinas novas com recursos próprios, mas vamos nos empenhar em uma frente de trabalho para conseguir emendas parlamentares, que são impositivas e podemos receber mesmo impossibilitados de emitir as certidões negativas”, ressalva Diogo.

Na área da saúde o município conta hoje com cerca de 40 profissionais atuando, entre efetivos e comissionados. A equipe gestora sob o comando do secretário de saúde vereador licenciado Winas Martins Borges também está empenhada no trabalho de viabilizar mais veículos, uma ambulância nova já está em fase final do processo licitatório e em seguida serão licitados mais dois carros para atender a secretaria. A pasta é uma das mais importantes para qualquer município, visto o fato de que por lei federal as prefeituras ficam obrigadas a repassar 15% de sua arrecadação para atender as demandas. Mesmo com a previsão de orçamento e a situação delicada do executivo, Diogo salientou que haverá empenho de toda a sua equipe para manter a qualidade e expandir o atendimento. “É preciso engajamento de todos para fazer um trabalho de excelência na saúde e vamos batalhar por isso, pois mesmo na atual situação tenho fé que vamos conseguir”, relata.

Sobre a expectativa e projetos para quitar as dividas e regularizar a situação da prefeitura, Diogo e sua equipe tem pela frente uma missão difícil. A arrecadação de Davinópolis gira em torno de R$ 1,1 a R$ 1,3 milhão por mês atualmente, o que para um município pequeno parece um bom saldo, mas os recursos são diluídos entre todas as áreas de atuação do executivo. A aplicação de todo o montante arrecadado na regularização custaria o fechamento de toda a estrutura pública por quase sete meses, sem dúvida um projeto inviável. A solução seria buscar a negociação de parcelamentos. “Alguns fornecedores têm me ligado, já estamos conversando e tentando ajustar tudo. Apesar do momento de crise, vamos apresentar um projeto de mudança para nossa cidade, devolvendo a confiança que a comunidade depositou em nós”, conta o prefeito.

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